sexta-feira, 1 de março de 2013

Lunático

A minha cabeça é uma bastilha mental,
Aonde eu escondo as minhas visões.
Juntamente com uma demência surreal,
Em quarentena com as minhas reflexões.

Pois sou impressível e estrago momentos
Em que era suposto, assim me suceder.
Por saltar de pensamento em pensamento,
Sem mesmo saber o que estou a fazer.

E é em silêncio que eu simulo a ordem
Para mascarar esta mente mestra caótica,
Fingindo-me de um simples e humilde homem
Quando na verdade sou uma besta psicótica.

Que se alimenta de ideias e de teorias
Para evoluir ainda mais os seus estratagemas,
Que consistem em causar as maiores ruínas
Nos mais perfeitos "egosistemas".

Eu, esta peculiar criatura meta-psíquica
Revestida com um coração de criança,
A celeridade de uma calculadora lírica
E a perspicácia de uma longa lança.

Pois armo as minhas palavras com venenos
Para infectar e amaldiçoar o vosso quotidiano,
Conjurando tempestades em dias amenos
Conspiradas por mim, um poeta insano.

Eu, este explorador preso nesta terra
Que chora em alegria e ri em desafortuna,
Quando descontrolado ao céu tanto berra
- Que tédio de vida, ó minha mãe Luna!

Com emoções mais fogosas que combustível
E mais transcendentes que o próprio amor
E não importa se queimar o fusível
Pois é quando trabalho a todo o vapor.

Com a minha atenção apenas focada no além
Quando meto todo o vosso mundo de parte,
Como estivesse a coordenar uma vaivém
Que entende lançar uma sonda em Marte.

Eu! Um infame psicopata que mutila cadernos
Com doentios e tenebrosos lápises e canetas,
Para trazer a tragédia aos tempos modernos
Em forma de negras poesias e prosas vendetas.

Eu! Um visionário em constante introspecção
Eu! Um guru artesão de caixas pandoras
Eu! Um enigma paradoxo sem possível solução
Como a mística vigésima quinta hora.

Eu a helix que gira sobre estes ares de escória
E ascende num peculiar constrangimento lúdico,
Numa caleidóscópica fantasma dança ilusória
Que ridículiza e assusta o cercante público.

Porque quando me dei a cair na desgraça!
Eu estiquei-me para mergulhar no precipício,
Pois a minha alma é deveras louca e devassa
Que é um nárcótico capaz de drogar o vício!

Sou aquele que dizem que é maluco e tolo
Como há quem diga que sou ruim e antipático,
Rumores esses que geram o meu maior consolo
Pois ninguém sabe que sou um agente lunático.

"Deixai-os rir à vontade... Pois quando a noite chegar.
A lua rirá por todos nós."

Blackiezato Ravenspawn

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