sexta-feira, 22 de julho de 2016

Homo Machina

Cercado por tanta tecnologia
Ao som do ruído das máquinas
Que ressoa sem fim todos os dias
Como se fossem serras e lâminas

Toda a gente é um robô
Como toda a gente tem um telemóvel
Toda a gente é um bobo
Que acha mover-se quando está imóvel

Eu já não sinto a minh'alma cheia
Eu só sinto a carga da corrente
Que me corre pulsante pelas veias
E que me deixa excitado e demente

A minha cabeça está cheia de publicidade
O meu corpo de toxinas industriais
O sangue sobrecarregado de electricidade
E os meus olhos de pixeis digitais

Eu às vezes perco o controlo
Como também perco a memória
E acabo por seguir o protocolo
Por não ter vontade própria

Eu quero ficar à tua mercê
Eu desejo sentir-me conectado
Deixa-me ligar o meu cabo USB
E partilhar-te os meus dados

Mais um bebé, mais um peão
Mais um homo machina a sair,
Da linha de produção
Para se auto-destruir

Mais um homem, mais um clone
Mais um parasita, mais uma barata,
Mais um contribuinte, mais um drone
Em direcção à sucata

Blackiezato Ravenspawn

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