quinta-feira, 11 de agosto de 2016

Singularidade (O Fim)

A treva está a aumentar
O caos anda à solta
E o buraco está devorar
Tudo à minha volta

A matéria desintegra-se
À velocidade da luz
E a energia entrega-se
À entropia que a seduz

Pois às presas do infinito
Ninguém foge, ninguém se esconde
Quando é caço no bico
Do evento horizonte

O sangue já não circula
O ar fugiu-me do pescoço
Fui arrastado pela loucura
Que existe no fundo do poço

Onde as galáxias são esmagadas
Pelo enorme peso da gravidade
E onde estrelas são detonadas
Nos olhos da singularidade

E é dissolvendo-me surdo-mudo
Prestes a tornar-me em pó
Que vejo nada tornar-se tudo
E todos nós num só

Enquanto os Deuses do Cosmos
Dão mais um espectáculo
Sempre ansiosos, sempre apostos
A abanar os seus tentáculos

E assim, Eu jazo na forja abismal
No estômago da estrela da destruição
Por não ter o privilégio astral
De caminhar na quarta dimensão...

*

Embora mais logo, acorde
Com os ecos do limbo na minha cabeça
Que apesar do sufoco, não me importe
Porque o fim... é lindo na mesma

Blackiezato Ravenspawn

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