sábado, 15 de janeiro de 2011

Drag Queen

Se eu fosse uma Drag Queen
Andaria nas bocas do submundo
A distribuir a maior pestilência
Por todo este povo imundo

Seria a meretriz de toda a pureza
A Madama de toda a fama
O deleito de todos os rapazes
E a melhor ninfa na cama

Seria aclamada como a bendita
Nossa Senhora das Doenças
A terrível sádica condensa
E a mensageira das tuas crenças

Seria a maior discípula das ruas
Uma serva do Deus do Hedonismo
Vendendo o meu corpo aos barões
Em nome de todo o capitalismo

Seria a tua eterna e bela Julieta
A mais santíssima das poesias
Concretizando os teus fétiches
Pelo decorrer dos meus dias

Seria a tua Sacerdotisa da noite
A esotérica e brilhante fada
O lado oculto escuro da lua
E a atenção mais requisitada

Seria a tua caixa pandora
O maior prazer na tua vida
A Rainha das viúvas negras
E a Rapariga mais convencida

Tomava os vossos pútridos corpos
Sem rancor e sem grandes manhas
E guardava o vosso nojento sémen
No santuário das minhas entranhas

Seria o Sol num dia chuvoso
A guardiã de todos os mitos
E perdia bocados de mim
Nas paredes de todos os fritos

Mas nenhum de vocês me pode comprar
Por mais penosa que a minha alma seja
Pois ela não se encontra para venda
Nem é servida em nenhuma bandeja.

Blackiezato Ravenspawn

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