terça-feira, 8 de setembro de 2015

Paralisia De Sono II

Eu sinto algo terrivelmente pesado
Dentro de mim, em cima do peito
Tento-me mexer, mas, é-me escusado
Tenho os ossos, todos defeitos

Eu sinto as mãos ímpias do abismo
A deslizarem pela face, pelo pescoço
E eu não sei o que significa isto
Só sei que me arrastam para um poço

Eu sinto o aroma omino da morte
A entrar-me pelos esporos, pelas narinas
Uma sensação doentia, uma pulsação forte
A invadir-me a alma e a drenar-me a vida

Eu sinto as vozes da cercante escuridão
A infiltrarem-se no meu subconsciente
Entrançando várias línguas em confusão
Soltando todos os meus medos incidentes

E é revendo-me outra vez na terceira pessoa
Longe do meu corpo que se prostra num altar
Qu'Eu desesperado grito, mas, a voz não ressoa
E qu'Eu abro os olhos, embora não consiga acordar

*

Eu não quero voltar a dormir mais
Eu não quero voltar sentir esse horror
Porque quando a consciência se esvai
Os vultos fazem uma orgia com a minha dor

Blackeizato Ravenspawn

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