segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Ser Português No Séc. XXI

Carros, bolas e telemóveis
Tertúlias e conversas de café
- Olá, bom dia, boa tarde!
- Então, como é?! (não é)
Estas pessoas continuam imóveis
Espalhadas por todo o lado
Enquanto a nossa pátria arde
Em nome do grande mercado

"Vende cortiça, vende azeite
Faz queijo, mete mais louro"
Não importa se é carne ou peixe
Ou mesmo presunto ou bacalhau
A corrupção virou empreendedorismo
No Tejo, tal e qual no Douro
E a tradição dá-se ao turismo
Neste burgo repleto de caos

As matas estão a desaparecer
Os políticos estão a roubar
Enquanto os lusos estão a perder
O controlo do vasto mar
Bem vindos aos casinos de Deus
Ao suplício, às lamurias
Lançados por porcos e plebeus
- Ai, credo! que fado, qu'angústia!

Hipocrisia, inveja e mau gosto
Miscelânea de filantropos e de parolos
Tanta vergonha e tanto desgosto
Esquecidos por bolos e golos
A desordem à vista na torre de Belém
E este povo, sem rumo algum,
Continua a ser regido por ninguém
Em pleno século vinte e um

Blackiezato Ravenspawn

Sem comentários:

Enviar um comentário