Tu que saboreias os meus vários olhos,
Que encantam as minhas penas vistosas.
Que te fazem vibrar os teus entrefolhos,
Com todas as tuas fantasias voluptuosas.
E em serenidade, julgaste em total controlo
Sobrevalorizando a beleza da tua imensidão.
À medida que eu te venero e te dou consolo,
Embora já nem te dês por ti, na minha mão.
Deixando-te traída pelo teu desejo
E enfeitiçada pela minha sedução.
Acariciando-te com os lampejos
Do transe da dança do pavão...
E sedenta tentas alcançar o teu bem maior,
Essa jóia que cobiças, a mesma que te orienta.
Pois tu sem o meu brilho és totalmente cinzenta
E precisas assim de mim, para te dar cor.
E ao fazeres de mim uma posse, um sonho
Eu acabo por te dominar e liderar o caminho.
Mesmo que olhe para trás e acabe sozinho,
Porque a tua timidez, deixa-me enfadonho.
Deixando-te traída pelo teu desejo
E enfeitiçada pela minha sedução.
Acariciando-te com os lampejos
Do transe da dança do pavão...
E só quando fecho o leque é que tu imploras,
Em silêncio para que eu te peça para dançar.
Mas é vendada pelo receio que tu me ignoras,
Por não teres coragem para assim me amar.
E é ponderando escutar o teu chamamento,
Que eu negoceio o meu retorno com juros.
Com a vontade de infectar os teus sentimentos,
Com os meus pensamentos, mais obscuros.
Deixando-te traída pelo teu desejo
E enfeitiçada pela minha sedução.
Acariciando-te com os lampejos
Do transe da dança do pavão...
E é reabrindo o meu espectáculo de espelhos,
Que eu encandeio-te, dando formatos as luzes.
Pois é na tua fotossíntese que tu mais produzes,
O que eu colherei nos teus lábios vermelhos.
E é depois caindo com o troféu entre os dedos,
Enquanto a minha sombra ofusca a tua visão.
Que tu és sufocada pelas garras da emoção,
As mesmas que degolarão todos os teus medos.
Deixando-te traída pelo teu desejo
E enfeitiçada pela minha sedução.
Acariciando-te com os lampejos
Do transe da dança do pavão...
Blackiezato Ravenspawn
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