quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Dança Do Pavão

Tu que saboreias os meus vários olhos,
Que encantam as minhas penas vistosas.
Que te fazem vibrar os teus entrefolhos,
Com todas as tuas fantasias voluptuosas.

E em serenidade, julgaste em total controlo
Sobrevalorizando a beleza da tua imensidão.
À medida que eu te venero e te dou consolo,
Embora já nem te dês por ti, na minha mão.

Deixando-te traída pelo teu desejo
E enfeitiçada pela minha sedução.
Acariciando-te com os lampejos
Do transe da dança do pavão...

E sedenta tentas alcançar o teu bem maior,
Essa jóia que cobiças, a mesma que te orienta.
Pois tu sem o meu brilho és totalmente cinzenta
E precisas assim de mim, para te dar cor.

E ao fazeres de mim uma posse, um sonho
Eu acabo por te dominar e liderar o caminho.
Mesmo que olhe para trás e acabe sozinho,
Porque a tua timidez, deixa-me enfadonho.

Deixando-te traída pelo teu desejo
E enfeitiçada pela minha sedução.
Acariciando-te com os lampejos
Do transe da dança do pavão...

E só quando fecho o leque é que tu imploras,
Em silêncio para que eu te peça para dançar.
Mas é vendada pelo receio que tu me ignoras,
Por não teres coragem para assim me amar.

E é ponderando escutar o teu chamamento,
Que eu negoceio o meu retorno com juros.
Com a vontade de infectar os teus sentimentos,
Com os meus pensamentos, mais obscuros.

Deixando-te traída pelo teu desejo
E enfeitiçada pela minha sedução.
Acariciando-te com os lampejos
Do transe da dança do pavão...

E é reabrindo o meu espectáculo de espelhos,
Que eu encandeio-te, dando formatos as luzes.
Pois é na tua fotossíntese que tu mais produzes,
O que eu colherei nos teus lábios vermelhos.

E é depois caindo com o troféu entre os dedos,
Enquanto a minha sombra ofusca a tua visão.
Que tu és sufocada pelas garras da emoção,
As mesmas que degolarão todos os teus medos.

Deixando-te traída pelo teu desejo
E enfeitiçada pela minha sedução.
Acariciando-te com os lampejos
Do transe da dança do pavão...

Blackiezato Ravenspawn

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