segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A Vida Como Ela É

Quando a vida te der vários limões,
Prepara para ela uma doce limonada.
Enquanto declamas as tuas emoções,
Como ela se tratasse da tua amada.
E se alguma vez precisares de um conselho,
Senta-te, não precisas de ficar em pé.
Vou fazer de conta que és o meu espelho,
E contar-te a minha vida, tal como ela é

Quem eu sou? E porque razão eu escrevo?
Para onde vou? E para quem eu vivo?
São algumas das explicações que a mim devo,
Ao meu reflexo, onde me vejo embebido.
Talvez não passe de mais outro igual,
Que embora no fundo, seja diferente.
Quando me perco no meu psico-emocional,
Tal e qual no irreal, se perde um demente.

E depois perguntaste-me, curiosa assim...
- Quais os teus sonhos e os teus objectivos?
Mas eu não te disse, porque não existe fins,
Para os meus diversos planos, concebidos.
Simplesmente consiste em ser apenas eu
Este giroscópio de infinitas rotações,
Pois na minha vida nada se perde ou se perdeu
Apenas sofreu várias transformações.

Nunca segui, nem seguirei uma rota exacta,
Nem nunca saberei o que desejo e o que quero.
Porque a maior parte das vezes, a dúvida me mata
Mas eu sou paciente e então eu espero.
Levando todo o tempo que tiver que levar,
Confiante, perseverante no poder do amor
À espera que a semente venha a brotar,
Na mais magnifica e exuberante flor.

Porque eu sou obcecado pelo perfeccionismo,
Embora não crer em tal conceito na totalidade.
E não passar de mais um auto-hipnotismo,
Gerado por uma mente cheia de criatividade.
Que partilha com o cosmos um prazer mutuo,
A um nível mais alto que a física quântica.
Quando o sémen lírico percorre pelo útero,
Fecundando numa poesia ultra-romântica.

E daí resulta este núcleo, esta pedra preta
Adornada por esta pele, o seu sublime véu.
Aonde todos os meteoros e todos os cometas
Colidem, juntando as vítimas aos seus réus.
Com mãos que tocam conhecidos e forasteiros,
Com dedos que contêm as unhas mais aguçadas.
Que fazem sangrar vilões, como justiceiros,
Fazendo de mim, uma rosa negra, espinhada.

Sombra temida, embora com boas intenções,
Cavaleiro obsoleto pela plástica sociedade.
Com várias multidões, mas com as mesmas pessoas,
Que pregam mentiras, até se tornarem verdade.
Diversas modas, mas eu com o mesmo estilo,
E apesar das companhias, sinto-me em solidão.
Nos diferentes bares, como estivesse num asilo,
A escrever poemas, sobre a mesma canção

E foi assim que partilhamos palavras e bebidas,
Acabando por reunir-mo-nos de novo, cá fora.
Esquecendo mais uma noite das nossas vidas,
Para no final desaparecemos e irmos embora.
Cada um atrás dos seus sonhos por aí além,
Cada um com a sua filosofia, com o seu caminho.
E foi ai quando julgara estar a falar com alguém,
É que reparei que apenas, estava a falar sozinho...

Blackiezato Ravenspawn

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