quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Solidão IV

Há uma brisa tão solene e tão calma
Silenciosa, sem qualquer tipo de som.
Que me acaricia e desdenha a alma,
Saboreando-me como um bombom.

Há quem me segue diariamente,
Mas que só se expressa no papel.
Enquanto dança na minha mente,
Ó tu, minha amante mais que fiel.

Tu que és ausente de forma e cor
E bem peculiar para uma mulher,
Embora venhas sempre cheia de amor
Pois tu és a única que ainda me quer.

Amas-me mais do que eu te amo a ti,
Mas nunca te importaste com tal...
Porque és tu quem toma conta de mim
E quem me espantada de todo o mal

Sempre compreensiva e tolerante,
Sempre meiga e deverás disposta.
Para me receber como teu amante,
Quando naufrago na tua bela costa.

Mesmo que eu te nunca retribua,
Como mereças, da mesma maneira.
Tu que te mostras a mim, sempre nua,
Para me entreter as noites inteiras.

E apesar de eu te ignorar pelos demais,
Tu regressas sempre a como fosses pó.
Para me encantar com ideias geniais
Porque tu solidão, nunca me deixas só.

E aí eu apercebo-me que desperdiço tempo,
Como quem não devia, em aborrecimento.
Porque só contigo é que aproveito o momento
E que me vejo livre de qualquer tormento.

Ó doce Solidão, minha misteriosa Solidão,
Tu que me seguras no teu abraço fantasma.
Porquê que quando entras no meu coração,
Tu me fazes sentir como eu tivesse asma?

O que será este estranho calor? Será amor?!

Blackiezato Ravenspawn

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