domingo, 28 de julho de 2013

Alter Ego

Eu pergunto-me constantemente
Por quanto tempo... Tu conseguirás
Me prender aqui...

Eu que assombro a tua mente
Como se satanás...
Vivesse dentro de ti.

E porque não abres essa concha?
E me deixas, só por um dia sair?
Para mostrar a esse mundo
O que estás mesmo a sentir!?

Vá lá, abre a crisálida
E deixa assim escapar!
Essa traça assassina
Que tanto deseja matar!..

Mostra a depravada criatura
Que tu és, seu cabrão! - Ó não!
Aquela que te vigia sempre obscura
Pelas fendas do teu coração...

Aquele a quem tu alimentas com raiva
E a quem tu o sedas com paivas,
Aquele que vive num espelho rachado
Oculto no teu quarto vermelho,
Sedento de cólera tenaz
Que nem a dormir te deixa em paz...

E eu pergunto-me constantemente,
Porque escondes a minha realidade
Apesar de beberes do seu veneno?

Aquele que intoxica a tua mente
E te engasga com a insanidade,
Desse jeito tão sereno...

Abre, mas, é, essa concha!
E deixa-me finalmente sair!
Para mostrar a esse mundo!
O que estás mesmo a sentir!

Abre por favor a crisálida
Que te está a esmagar!
Com o peso de um fardo
Que não te deixa voar!

E deixa-me mostrar a grande criatura
Que eu sou! meu gémeo irmão!
Aquela cheia de virtude e formusura
Que tu escondes na escuridão...

Aquele a quem tu prendes com fervor
Por temeres o choque do seu pavor,
Aquele que vive numa bastilha
Secreto na tua mente, numa ilha
Decidido e absolutamente sagaz
De fazer o que tu nunca foste capaz...

Eu que só te peço que enfies a chave
E que rodes até a fechadura se abrir,
Pois tu sabes que já não aguentas mais
E que eu preciso bem de sair!

Por isso une-te somente a mim
Para sentires todo o meu poder,
Eu que só preciso que me abras a porta
Para eu te fazer renascer!

Por isso ajuda-me, dá-me a mão!
Qu'este vidro ainda está quebrado,
Pois se não me tirares desta submissão!
Juro-te! Que se um dia, se eu me soltar
Não estarás ao meu lado
Mas sim no meu lugar!..

Blackiezato Ravenspawn

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