sábado, 5 de maio de 2012

Ventos De Mudança

Grita bem alto para que todos possam-te ouvir
Coisas sem nexo e sem algum fundamento,
E quando chorares não hesites em também rir
Dizendo para ti - Chegou hoje o meu momento.

Deslumbra-te em vão, na tua grande insignificância
Sem vergonha alguma, como fosses de todo o melhor.
E se necessário também, lava-te na total ignorância
Como tivesses orgulho de ser um miserável do pior.

Implora por mais dor quando pedires por mais prazer,
Dominando quem quiseres e depois deixa-te dominar.
Renascendo ciclicamente sem ter receio de morrer,
Partilhando o teu ódio com todo aquele que te amar.

Sê quem implanta o caos, onde predominar a ordem
Mas sê o absoluto silêncio da barulhenta multidão.
E a criatura que se intromete entre a besta e o homem
Sendo a única lógica que poderá existir na confusão.

E inspira e expira e em sincronia... Destrói e recria.
Cai e levanta-te de novo, apagando e depois risca!
Parando, seguindo em serenidade e em melancolia
Não sendo a luz, nem a sombra, mas sim a tal faísca.

Porque nenhum ser, nunca pediu permissão para nascer,
Por isso liberta essas ideias dessas possíveis prisões.
Pois nem toda a verdade, um dia conseguirás entender
Quando a maior parte dela acaba distorcida por emoções.

Imagina mas é um futuro e esquece o teu passado,
Onde não sigas objectivos, nem creias em destinos
E possas alterar a tua rota e recodificar o planeado.
Para não viveras no controlo de uma vida sem sentido.

Deixa-te crescer num turbilhão que puxa e assim devora,
Que leva a tempestade que traz no final a sua bonança
E decresce num furacão que cospe tudo cá para fora,
Todos os teus suspiros para semelhares ventos de mudança...

No fundo, sê aquele quadrado que sofre erosão do tempo, e que lima as próprias arestas para rolar livre mais o vento. Continuando até cessar, quando assim achar e quiser. Com tudo o que pegou para si, tudo aquilo que lhe transformou noutra coisa qualquer. Até que os ecos do próximo vendaval, sussurrem outra vez... Por tal

Como um corvo que desliza pelos ventos de mudança,
Trazendo no bico um desespero e nas asas uma esperança.
Espelhando nos olhos, a originalidade de uma semelhança,
Que cai em forma de uma pena, tornando-o numa lembrança...

Por isso... Dança e canta tal e qual uma criança
Quando escutares... Os ventos de mudança.

Blackiezato Ravenspawn

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