sexta-feira, 27 de julho de 2012

Narcisismo Floral

Ai rosa negra! Que criatura mitológica
E uma espécie em vias de extinção!
É o que ela te diz, a menina ecológica
Lá no fundo do seu coração...

Pegasus é como ela te denomina
Pela tua genuína raridade surreal.
Mas digo-lhe já que ela também tem um bom estigma
Com uma boa componente bem original.

Mas agora deixando as "metáforas" à parte,
Para te enraizares profundo nesta matéria.
Pois o teu alimento natural, é a arte
No meio deste tóxico, desta miséria

Sim! Porque tu não consegues enfrentar o mundo
Sem a tua ilustre capa das sombras
Aquela que cobre as tuas pétalas de vagabundo
Cuja delas a maior parte, zomba

Sendo por uns, mais um mal interpretado
E por outros, até um ser bem complexo
Mas para os que se aparentam simples gado
Aviso-lhes já, que não têm grande nexo

E já agora se dizem que existe uma cara-metade
Para todo o miserável que habita nesta região
Eu pergunto-te - Onde andará a tua de verdade?
E porque ela te deixa murchar em solidão?

Porque estou-te a ver perderes a tua sanidade
A espalhar o teu grande pólen em vão!
Porque estou-te a ver fechar-te na tua vaidade
Sozinho dentro dessas pétalas de carvão!

Por isso em nome desta criatura que ainda respira,
Para quem tiver ainda um coração natural!
Que por favor, o liberte desde antro de mentira
E que lhe destape o véu do seu narcisismo floral!

Estou cansado...

De viver com actores e ser considerado um personagem!
Quando no fundo... Quando no fundo, sou o mais franco de todos
E não sigo guião algum... A não ser o do meu improviso e naturalidade.
Aquela... Aquela, que fez-me falar de mim na terceira pessoa.

Em forma de uma flor, que nem um pedaço de tal aparento ser.

Como ela, o é.

E assim que termino este meu devaneio teatral
Arrumando de vez, este forçado narcisismo floral.

Ai, rosa negra, rosa negra...
Só escreves disparates.

Blackiezato Ravenspawn

Sem comentários:

Enviar um comentário