Espio esta cidade decadentista,
E reparo numa menina inocente.
Embora se exiba forçadamente,
Como só fosse, fogo-de-vista...
Porque dá para ver no teu olhar,
O que tu me desejas transmitir,
Como a maneira de pensar e agir,
Pois quem desdenha, quer comprar.
E avançando a passos controlados,
Com os truques e trunfos na manga.
Que escondes algures nessa tanga,
Que sobressai pelas vestes ousadas.
Seduzes-me piscando esse olhinho,
Como fosses uma mística fadinha,
Que dá tudo ao troco de nadinha,
Ao pobre miserável e coitadinho.
E assim eu sigo-te por esses becos,
Atraído por essa tua grande avareza.
Enquanto finjo ser uma fraca presa,
Com os lábios vazios e secos.
E é numa dessas malditas veredas,
Que eu dou-te o que mais desejas.
Enquanto me apalpas e tanto beijas.
Com a tua mão nas minhas moedas.
Mas eu também sou um velhaco,
E não há cá honra entre ladrões
E com a mais cínica das simulações
Eu meto o dedo, no outro buraco.
Porque o seu glúteo é uma mina de ouro.
E eu sou um homem ganancioso.
Blackiezato Ravenspawn
Sem comentários:
Enviar um comentário