domingo, 7 de outubro de 2018

D. Sebastião

A olhar para sul, ainda a tentar esquecer
O que era para vir hoje, ficou para ontem
Ninguém quis ser mártir, ninguém quis morrer
Nem ir onde, não é bem vindo, o homem

E Eu ainda ouço o teu espírito comandar
Os outros homens que ousaram, te seguir
Embora já não queiram saber, nem acreditar
No que surgiu, depois de Alcácer Quibir

Os espectros dizem que o teu magno espírito
Possesso, soltou-se das correntes do tempo
E é em cantigas de alaúde e em versos líricos
Que o mito, diz que volverás a qualquer momento

As nossas lanças estão apontadas aos pescoços
Dos usurpadores que se infiltraram na corte
Os nossos cavalos estão ansiosos, em alvoroço
À espera da ordem do ataque, Milorde

Continuamos de costas viradas para o mundo
Com vergonha, fixados no feitos do passado
Afogados, na nossa outrora glória e orgulho
Imobilizados, parados, sem ir algum lado

O nosso espírito foi subjugado, está partido
Não existe nenhuma honra servir esta pátria
Tudo o que importa, é desvalorizado e vendido
A nossa bandeira é uma afronta, uma sátira

E é com ira nos olhos, e desgosto no coração
Que nós os últimos, formamos as linhas
Esperando que um dia, El Rey D. Sebastião
Volte na neblina... E comande esta ofensiva

Porque estes tiranos vivem à margem da lei
Refugiados na capital, no ceio de Belém
O fado do povo, chora pela justiça meu Rey
Mas... Nada acontece... O Rey... Não vem

Blackiezato Ravenspawn

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