terça-feira, 16 de outubro de 2018

Dores de Crescimento

Para que a lagosta se desenvolva
Ela tem de abandonar a sua carapaça
Sair da zona de conforto, andar à toa
Enquanto o tempo passa

O tipo de pensamentos muda
A forma de sentir, amadurece
Eu comecei a odiar as conversas de rua
E a gostar mais das minhas preces

Às vezes penso na ingratidão
Que é, viver para o fim de mês
Para pagar uma subscrição
E começar de novo, outra vez

Sinto-me cansado todos os dias
Mas, faço planos para o amanhã
Acordo sempre ausente de alegria
Mas, vou na mesma, de manhã

Às vezes penso em buscar alguém
Para dividir a minha solene existência
Como fez o meu pai com a minha mãe
Mas, não encontro, consistência

E é indultando-me nestes velhos hábitos
Que sobreviveram e se tornaram norma
Que me deleito nestes poemas esporádicos
Que ainda tenho poder, de os dar forma

Tenho as mãos ásperas do trabalho
Tenho os pés desgastados da corrida
Mas, Eu tomo outro café e snifo o orvalho
E vou até onde me levar a lida

Para ter como encher a despensa
Para ter como suster o meu corpo
Um duche quente é a recompensa
E a minha cama, o maior conforto

Blackiezato Ravenspawn

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